“O acesso aberto é um instrumento útil no contexto do ensino superior. O uso e exploração de repositórios de documentos [em acesso aberto] permite a partilha de material e a criação de uma memória da atividade desenvolvida. A sua exploração em contexto da orientação de pós-graduações permite referenciar exemplos e materiais com uma vertente pedagógica, da própria comunidade local e da sua história. No contexto da Investigação & Desenvolvimento, a relação é ainda mais óbvia ao permitir datar os esforços realizados e a comunicação da atividade de um modo mais institucional. Acresce que, no contexto de uma biblioteca digital que está integrada no RCAAP – Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal, tal permite alargar a audiência e criar uma comunidade de partilha com uma dimensão já internacional. Estas duas dimensões são potenciadas pela disponibilidade e acesso, pela possibilidade de obter estatísticas associadas e por uma maior exposição a motores de pesquisa, não só da Web, mas associados a recursos académicos. Esta funcionalidade complementa a dimensão da memória, com a da transparência e do acesso e recuperação do trabalho realizado, tornando todo o processo mais transparente e rastreável. Em especial esta posição é bem ilustrada na coleção de relatórios internos (https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/3798) associados com o grupo de I&D de que sou o responsável e que possui ao momento 46 entradas. Estes documentos foram arquivados em regime de auto arquivo, desde 2013 e contam com mais de 9500 acessos integrais (download), de 98 países diferentes – algo que o acesso aberto facilita e promove, pela via das próprias instituições e investigadores, de um modo mais independente e com menores custos – precisamente uma das promessas do acesso aberto.”

Luis Borges Gouveia
docente da Universidade Fernando Pessoa e coordenador do ramo de Sistemas, Tecnologias e Gestão da Informação do Doutoramento em Ciências da Informação