Depoimento 3 – Semana Internacional do Acesso Aberto

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depoimento3 - diogo guedes vidal
“Na qualidade de aluno de doutoramento e investigador, a política de acesso aberto é uma mais-valia. Primeiramente, porque a ciência deve ser de livre acesso, transparente e comunicável: só faz sentido quando devolvida à comunidade. E ser comunicável significa que deve ser acessível a todos, sem barreiras ou constrangimentos. A realidade atual, pela qual se pauta o processo de publicação científica, é marcada por duas realidades: ou se paga para ter o trabalho em acesso aberto (especificamente em revistas internacionais); ou se opta por transferir para a revista os direitos autorais e manter o artigo em acesso fechado, podendo ser consultado por VPN ou subscrevendo a revista, isto é, pagando. O panorama atual da investigação em Portugal é altamente precário e pouco valorativo da investigação, o que resulta na incapacidade da maioria dos investigadores em pagar valores avultados para publicar em acesso aberto. Ainda que seja acessível por outros meios, não ter um trabalho em acesso aberto reduz, drasticamente, a possibilidade de ser lido de forma universal, de ser citado e de ser reconhecido. E o mesmo acontece na qualidade de leitor, uma vez que se torna mais difícil de chegar a artigos quando estes estão em acesso fechado, impossibilitando a consulta de trabalhos mais recentes e mais inovadores. Assim, o acesso aberto é, talvez, o maior desafio que o campo da produção científica enfrenta, e enfrentará num futuro próximo, isto enquanto o critério principal for o lucro económico e não o capital científico que deveria ser o maior de todos os lucros, pois é insubstituível, não se perde nem se destrói, apenas se transforma.”
Diogo Guedes Vidal
Aluno do Doutoramento em Ecologia e Saúde Ambiental na  UFP, investigador no FP-ENAS e bolseiro de doutoramento da FCT